sexta-feira, 21 de março de 2008

A minha conversa com Alexandre Frota

Como alguns de vocês sabem, sou estudante de jornalismo e tenho o prazer de estagiar na assessoria de imprensa do Sesc Vila Mariana, em São Paulo. Bom, há diversos eventos no Sesc, como teatro, shows, palestras etc. Logo, recebemos centenas de e-mails e telefonemas de jornalistas dos mais diversos veículos. Eis que às 5h e alguns minutos o telefone toca mais uma vez. Eu atendo.

– Sesc Vila Mariana, boa tarde.
– Boa tarde. Eu gostaria de falar com o gerente de marketing.
– Não há gerente de marketing no Sesc.
– Algum responsável pelo marketing, por favor.
– Você ligou para a assessoria de imprensa, posso ajudá-lo em algo?
– Eu produzo alguns programas para a Record, meu nome é Alexandre Frota.


Sim, foi o que você leu, era ele mesmo. Fiquei alguns segundos para processar a informação. Eu não tinha reconhecido o sotaque de ator pornô. Eu, um mero estagiário, falando com um dos ícones da cultura vulgar do nosso país. Será que ele irá me convidar para participar de algum filme? – logo pensei. E o que ele faz na Record? A emissora dos bispos mudou de ramo?


– Você precisa exatamente do quê, senhor Frota?
– Falar com o gerente de marketing.
– Mas aqui não tem área de marketing. Temos a área de comunicação, mas não há nenhum gerente. Do que o senhor precisa?
– Eu quero falar sobre teatro.


Não fui convidado para nenhum filme pornográfico, ainda bem. Mas seria essa uma nova invenção? Teatro pornô? Imagine, você pagar 60 reais e vê tudo de pertinho. Se isso já existe, me desculpe, não sou muito informado nesses assuntos.


– Vou repassar a ligação para o setor do teatro, tudo bem?
– Mas não há nenhum gerente de marketing?
– Não.
– Ah, que pena.
– Aqui é a assessoria de imprensa.
– Tudo bem, me passe para o teatro.


Depois de alguns minutos, comuniquei a ligação à minha chefe.
– Ele te chamou para participar de algum filme?
– Não.
– Ah, que pena.
– Tudo bem, da próxima vez eu me ofereço pra ele, ok?
– Não precisa. Prefiro você como estagiário.
– Ah, que bom.
– Isso aqui tá virando o quê? Só falta agora a Carla Peres ligar.

terça-feira, 11 de março de 2008

Jogando conversa fora

Hoje nós, membros deste excêntrico blog, lembramos que ele existe. A conclusão foi que era a minha vez de atualizar e que a culpa é minha de ele estar criando teias de aranha nos cantos. Putz, do que diabos eu vou falar?, pensei eu. Não estou nem atualizando o MEU blog por falta de assunto.

Sei o que o Daniel vai pensar nesse exato momento: "Esse japonês maldito está fazendo aquelas porcarias de textos metalinguísticos de novo! Eu vou dar um na cara dele!". Calma, meu caro amigo com dor de barriga, não vou não. É só a introdução improvisada, toma um Valium e relaxa o bumbum aí! Falando nisso, quero dizer que fiquei lisonjeado com o texto que ele escreveu sobre meu futuro. Se bem que chegamos a conclusão que serei assessor de imprensa do bar que vende hamburger de 1 real.

Esses dias me chamaram atenção para um fato: eu sou o único que posta coisas sérias aqui. O único texto mais light que fiz foi aquele com a foto do Coringa, sobre pensamentos insanos em momentos inapropriados. Alias, parece que essa coisa de fazer (ou pelo menos querer fazer) coisas absurdas que vão contra o contrato social das pessoas virou uma espécie de ícone nosso. As pessoas lembram da gente quando tem uma idéia parecida, como, por exemplo, ver alguém se jogando nos trilhos do metrô e só conseguir pensar: "Filho da p***! Agora eu vou me atrasar! Tomara que vá pro inferno!".

É engraçado pensar que existe algo que define "nossa personalidade". Mais engraçado ainda é a idéia de que somos associados à insanidade quase sádica. "Neurolistas? Não é aquele blog de gente com manias doentias?"

Com certeza deve ter alguém que pense que o filme favorito de algum de nós é Jogos Mortais. Aliás, o primeiro é muito bom... os outros são completamente dispensáveis. Não, não é meu filme preferido. Prefiro algo mais poético, tipo Superman Returns. Sim, gosto de blockbusters. As pessoas raramente gostam deste filme. Todo mundo espera ação. NÃO É UM FILME DE AÇÃO! É um filme sobre o que faz das pessoas serem o que são. O que deixa cada pessoa forte. O que nos faz superar a dor. Bryan Singer é genial! Nunca vi um filme ruim dele.

Falando em filmes "modinhas", eu não suporto essa coisa de SÓ ver filmes alternativos. "Ai, ontem eu vi um filme da Ucrânia! Muito bom! É sobre um menininho que..." Grande bosta! Também não gosto de só ver filmes nacionais. Pessoalmente os acho umas drogas. "Ai, mostra a realidade do país! Seu besta!" De novo: grande bosta! Eu vivo a realidade todos os dias! Isso não já basta não? Também não entendo essa tara que as pessoas têm pelo Fabuloso Destino de Amélie Poulain. Admito que não é ruim, mas não é tudo isso que dizem não. É um filme normal. Pseudo-cultismo dos infernos! Opa, dizer "pseudo-cultismo" é muito pseudo-cult. Odeio quem usa a palavra "pseudo". Quer parecer inteligente? Não tente! Nas palavras do grandioso mestre da dor de barriga, Daniel: "Quem é inteligente de verdade não faz questão de mostrar." Prova unânime disso é a Professora Maria Teresa Santoro Dörrenberg, cujo conhecimento simplesmente transborda. Espero não ser processado por citá-la aqui.

Acabei me empolgando. Queria escrever mais. Falei um monte de coisa, mas não disse nada. Ainda estou no nível Neurolista!