quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Aos 11, o amor é lindo

Pela janela do ônibus da excursão vi o chão levantar com o vento que soprava forte. A poeira cegava os loucos que ali embaixo, na rua, eram tão diferentes de mim: eles eram adultos. Eu tinha onze anos e não sabia nada sobre o amor. (Hoje, com 20, sei menos ainda, mas afinal a questão é outra).

A Jéssica, uma loira bonita, estava sentada em uma poltrona ao lado da minha. Se eu conhecesse o universo naquele momento, diria que era ela, sim, a mais linda garota das galáxias. Como o universo para mim nunca passou de citação, confesso que no planeta daquele ônibus habitado por crianças, a Jéssica roubou meu coração.

Tentei de tudo: conversas idiotas, xaveco, música no ouvido, declarações apaixonadas. Toda a estratégia de conquista que uma criança não conhece. Nada: na viagem inteira a Jéssica insistia em não me querer. É claro que, na altura, eu não ia revelar que nunca tinha beijado, que minha experiência amorosa se resumia a alguns selinhos escondidos na boca de uma outra garota.

O meu amigo Cristiano estava sentado no banco da frente. Ele amava a Thaís, uma outra loira do ônibus. Os dois dividiam a poltrona e conversavam animadamente. O Cristiano era tão desajeitado quanto eu, mas ele já havia beijado, e isso é uma grande comprovação de macheza quando se tem onze anos. Eu precisava ultrapassar aquela barreira, mas a Jéssica continuava me renegando.

Depois de um longo percurso, o Ivan, um outro amigo – que também já tinha beijado – me chamou lá da frente do ônibus. Deixei a Jéssica sozinha, indefesa. Troquei uma ou duas palavras com o Ivan e retornei ao meu lugar. A visão foi aterrorizante – daquelas que sempre retornam em sonhos. O Cristiano estava enlaçado pela Jéssica. Os dois se beijavam apaixonadamente. Eles pareciam um casal de amantes que depois de anos se reencontram em uma estação de trem do interior.

Fiquei chocado. E agora? Eu iria continuar sem beijar até os 40 anos? Talvez me enterrassem em um caixão branco, como aquelas senhoras que morrem virgens. Ninguém me queria, me tornara um fracasso em relacionamentos. Pensei em pular do ônibus e morrer ali mesmo, aos onze, vítima do amor.

De repente, sinto uma mão no meu pescoço. Ela me puxa. Olho para trás: é a Thaís, a outra loira bonita. “Posso te dar um beijo?”, ela pergunta. “Claro”, respondi, confiante. Nossos lábios se grudaram lindamente. O mundo inteiro não sabia como era bom beijar a Thaís. Se me fosse dado o poder, pararia o tempo naqueles segundos. Nem me passava pela cabeça que três minutos antes eu amava a Jéssica.

Quando o ônibus parou perto da nossa escola, a mãe da Thaís já a esperava à porta. As duas foram embora, levando o meu coração na mochila. Resolvi voltar andando para casa, feliz. Numa esquina, encontrei a Jéssica: ela morava na minha rua. Voltaríamos juntos. Andando pela calçada deserta do fim de tarde, conversávamos sobre assuntos banais, como matemática e desenhos animados. Ela era mesmo linda, pena que beijara o meu ex-amigo Cristiano.

O vento bateu forte e os seus loiros cabelos se agitaram. Ela segurou a minha mão num impulso. Não entendi. “Posso te dar um beijo?”, perguntou.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

The Legend of Daniel: Fucking Fuckable Fucked Fuck of the Fuckness Fucker

O senhor Daniel está sempre batendo records. Faz NOVE MESES que ele não atualiza o Neurobosta! Nem ele consegue inventar uma desculpa para isso.

E além de tudo é um traidor! Foi aterrotizar a turma da noite na São Judas. Ficamos dois anos e meio sem que ninguém se transferisse da noite para nossa turma na manhã. Foi só ele trocar de horário que vieram QUATRO! Isso dos que fiquei sabendo, talvez tenha mais.

Então, Daniel, atualize esta porra!!!