terça-feira, 30 de outubro de 2007

A mídia faz média mentindo?

Bom, o Daniel disse que ia ser o próximo a postar, mas, como demorou demais (apesar de dizer que o texto dele já estava pronto), eu resolvi fazer o serviço sujo de escrever.

Falando em "serviço sujo" e "escrever" na mesma sentença, resolvi falar dessa coisa que ando presenciando, não só na minha vida pessoal, mas no jornalismo de uma maneira geral também: a mentira. Só que estou exagerando ao falar que é mentira, o certo é manipulação da verdade, ou, para alguns, omissão da verdade completa.

Existem momentos e fatores que obrigam a mídia a expor uma informação de forma mais leve. Eu lembro de uma palestra em que alguém disse que, quando acontece alguma tragédia, como um acidente bem feio de avião, a mídia diz que a lista de mortos ainda não foi divulgada. A questão é que, muitas vezes, isso é uma mentira descarada! Opa, não é mentira, é omissão da verdade: acontece que, por respeito às famílias, a tal da lista não pode ser exposta à nível público antes que os próprios familiares saibam.

Outro exemplo é, ainda na questão dos acidentes, quando dizem que a vítima morreu rapidamente e não sentiu dor. Dá pra imaginar com que tipo de fúria a população, ao saber que uma criança morreu de forma lenta e dolorosa, iria para cima de uns moleques que, bêbados, a mataram de forma fria e cruel?

Claro que esses exemplos e respectivas explicações são apenas um lado da moeda. Podem existir diversos outros fatos e fatores que eu não saiba ou não tenha dito. A questão é: como aluno de jornalismo eu também escrevo matérias (com rascunhos, primeira versão, revisão, versão final) e nesse processo eu me deparei, inúmeras vezes, com esse dilema: até que ponto uma verdade é realmente verdade? Aumentar ou diminuir uma informação pode ser apenas uma questão de má interpretação. E aí, saindo do meu mundo universitário e ampliando para o global, até onde a mídia vai nessa história? Até onde é verdade o que eles dizem pra gente todo dia de manhã? Até onde isso é manipulação?

No livro "Elementos do Jornalismo", de Bill Kovach e Tom Rosenstiel, há uma lista de itens fundamentais para exercício desta profissão. Entre elas: "Sua primeira lealdade é para com os cidadãos." e "Seus profissionais devem ter direito de exercer o que lhes diz a consciência.". Mas onde está essa consciência?

Não consigo nem chegar em um ponto definitivo nessa história, mas achei que seria interessante deixar a idéia no ar para que haja um pouco de filosofia neste assunto, por parte de vocês. É apavorante imaginar que, o tempo todo, você pode estar sendo controlado com umas cordinhas, pensando o que querem que você pense.

Ou estou mentindo?

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

A bíblia, o gato e o careca

Eu costumo ser um crítico voraz de tudo, quem vive comigo sabe disso. Aliás, no Brasil, jornalismo é a arte de criticar. Como sou um aprendiz desse ofício, e brasileiro, sou um chato por natureza. Falo mal da camisa verde do professor, da cadeira quebrada, do pão-de-batata alheio. Apesar de gostar de pão-de-batata, não tanto quanto certo amigo oriental, é claro. Maldizer faz parte de mim. É intrínseco. (procure no dicionário)

Um dia desses fiquei observando um evangélico no trem, daqueles que pregam, sabe? Ô carinha chato, meu Deus! (ou Deus dele, sei lá). Não parava de falar um segundo sequer. Se eu acreditasse no que ele disse, estaria perdido. Seria o maior pecador deste mundo. Falo mal dos outros, reclamo, bebo, não vou à igreja, olho as pernas de uma gostosa que passa. Estarei no inferno proximamente, com certeza.

Mudando de assunto (continuando a criticar), a quantidade de animais mortos jogados nas ruas de São Paulo é gigantesca. Gato, cachorro, porco. Estava eu indo para faculdade quando: no meio do caminho tinha um gato. Tinha um gato no meio do caminho. Não era um felino qualquer, estava mais para um pastel, de tão amassado. Só a cabeça estava intacta. Parecia clamar perdão, infeliz; em minha rua havia um cachorro preto cheio de sangue e apodrecendo. Virou comentário pelo bairro; o porco estava na porta do cemitério aqui perto de casa. Era macumba.

Será que Deus olha pelos animais também? Poderia ter perguntado isso ao evangélico maluco.

Agora PARE! Esvazie a cabeça. É hora de refletir, pois a coisa é séria. Conte até três!

Um. Dois. Três.

O dono do Bahamas (boate ou puteiro?), Oscar Maroni, pretende se candidatar à prefeito da São Paulo. Para quem não sabe, ele foi acusado de favorecimento e exploração da prostituição, tráfico de pessoas e formação de quadrilha. Se não bastassem os caraquinhas Serra e Alckmin, temos agora o cafetão. Careca também. Com um cidadão desses no poder, o que será nós paulistanos? Seremos todos putas?

Para maiores informações sobre Oscar Maroni:

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u335184.shtml

Pronto. Volte às reflexões normais.

Prá não dizer que não falei de flores. Vou elogiar algumas coisas:

Li o livro do Pedro Bial, “Crônicas de repórter”. Gostei muito.
Aproveitando o aniversário de 40 da morte de Che Guevara, assisti “Diários de motocicleta”, de Walter Salles. Bem legal.
Vi também “O Jardineiro Fiel”, dirigido por Fernando Meirelles. Filmaço.
Ambos dirigidos por brasileiros.

Também fazemos coisas boas.

domingo, 7 de outubro de 2007

Hiato Criativo -> Maximizado

Bom, eu não pretendo seguir a imposição já feita aqui no blog com a frase "Cada semana um texto novo...", uma vez que eu não tenho a menor paciência para a coisa, mas já que é texto de estréia, não custa nada me esforçar um pouco e participar... Só que uma semana depois do texto Leandrístico, eu percebi que..... não há nada para falar...

Eu passei o tempo todo, desde que a gente inventou de fazer um blog, pensando num assunto e eu mal atualizo meu próprio fotolog por causa de falta de idéias (ou preguiça, na maior parte das vezes...) e eu não consegui nenhuma idéia sequer que eu pudesse abordar nesse troço. Eu vim de olhos vendados e resolvi escrever tudo o que desse na telha e dane-se se ficar bom ou não, mas... sei lá!

É isso... Acabou! As últimas semanas foram agitadíssimas, com vários trabalhos acadêmicos, andando (e correndo... em algumas ocasiões) 10 quilômetros atrás de matérias, entrevistas com catadores de lixo e integrantes de instituições caridosas, deadlines, porpetas, festas, roupas para serem lavadas, textos e livros para ler e resumir, pesquisas, CDs e DVDs para gravar, seminários para preparar, bilhetes únicos para serem carregados e o sistema deles fora do ar, trabalhos para imprimir e o sistema deles também fora do ar, mulheres e homens para serem conquistados e foras para serem tomados, promessas que precisam ser cumpridas, fotos para procurar, trabalhos antigos para revisar, aquele puta frio enquanto fica na calçada da Augusta a madrugada toda, o relógio que precisa ser ajustado, o jogo que acabou de sair e pede para ser jogado, os filmes ruins do cinema ("O Vidente" com Nicolas Cage não chega a ser horrível, mas é muito decepcionante...), computador para formatar porque o LINUX é uma droga, desenhos japoneses, coisas geeks para fazer, o inferno que não vai esfriar esfriar e o céu que falta descer..... e eu realmente não tenho nada para lhes dizer!

Quem sabe na próxima.
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ATUALIZAÇÃO DO AUTOR:
Putz, eu tinha acabado de postar aqui, quase ao mesmo tempo que o Leandro postou no fotolog dele. Qual não é nossa surpresa quando a gente percebe que tivemos exatamente a mesma idéia de texto, no mesmo momento e na mesma estrutura??? Naturalmente, o dele massacrou o meu, como um lobo massacra um coelhinho. Eu até ia deletá-lo e tentar escrever um novo, mas eu já não tinha idéias antes, imagina agora! Além disso, que venha a humilhação pública, não sou tão covarde assim.

Meu primeiro texto no blog e eu já me sinto um fracassado... é mole??? O fundo do poço não foi o bastante pra mim, eu tinha que ir mais longe!